Vinho Reservado, Reserva e Gran Reserva: saiba a diferença
Descubra por que as palavras “Reserva”, “Reservado” e “Gran Reserva” estampam alguns rótulos de vinho
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Descubra por que as palavras “Reserva”, “Reservado” e “Gran Reserva” estampam alguns rótulos de vinho
Uma das dúvidas mais comuns é sobre o significado das palavras “Reserva”, “Reservado” e “Gran Reserva”, assim como as variações italiana “Riserva” e a francesa “Réserve” impressas em vários rótulos de vinho.
Dependendo da origem do vinho, estes termos podem indicar que o tinto ou branco foi elaborado segundo normas específicas de uma Denominação de Origem, com regras de maturação mínima em barricas de carvalho e teor alcoólico, mas, na maioria dos casos, estas classificações não significam nada.
Nomes como “Reserva Especial” ou “Reserva de Família” sugerem que o vinho seja realmente especial – uma parte da produção que foi selecionada por ter uma destacada qualidade, mas geralmente são apenas formas de atrair o consumidor para vinhos comerciais, elaborados em grandes quantidades.
Como é muito difícil saber em quais países ou regiões estas palavras têm algum significado, uma regra prática (mas não infalível) pode ser usada: se o vinho for de uma denominação conhecida do Velho Mundo, como Rioja, Chianti, Brunello di Montalcino ou Ribera del Duero, a palavra deve significar algo. Por outro lado, se o vinho for do Novo Mundo, como Chile, Argentina ou Estados Unidos, o Reserva não tem significado na qualidade do vinho ou no modo como ele é produzido.
Um ponto que qualquer pessoa que gosta de vinhos precisa sempre se lembrar: a única coisa que realmente garante a qualidade de um vinho é o nome do produtor. Um Rioja de um produtor que não é focado na qualidade, por exemplo, pode ser um Gran Reserva e não ser bom. Maturar um vinho que não é grande coisa por 6 anos não o transformará em um grande vinho. Em contrapartida, alguns vinhos do Novo Mundo que levam a palavra “Reserva” ou similar no rótulo podem realmente ser um grande vinho, como por exemplo o Catena Zapata Estiba Reservada.
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Vega Sicilia Unico 2011 (Vega Sicilia) Tinto, 80/85% Tempranillo,10/15% Cabernet Sauvignon e 0/5% Merlot, Espanha Certamente o mais consagrado e lendário vinho espanhol. Um vinho realmente único em todos os sentidos, sempre entre os melhores do mundo. Com um estilo e personalidade incomparáveis, ele é extremamente elegante, complexo e longevo, um dos vinhos mais disputados e colecionados que existem. Produzido apenas nos melhores anos. O Guía Peñin é categórico: "Vega Sicilia produz os melhores vinhos da Espanha". R$ 8775.72
Para ser designado como Reserva, o vinho tinto deve ter um estágio mínimo em barricas de carvalho e na garrafa de três anos antes de ser colocado no mercado. Destes 3 anos, o vinho tem que permanecer ao menos 12 meses em barricas e no mínimo 6 meses na garrafa. Já para o vinho branco, o tempo mínimo de envelhecimento é um pouco mais curto: dois anos, sendo ao menos 6 meses em barricas de carvalho. Este é o caso, por exemplo, dos vinhos da Rioja e de Ribera del Duero.
Talvez o exemplo mais emblemático de uma denominação de origem (DO) na qual a palavra “Reserva” significa uma exigência especial seja a de Rioja, na Espanha. Um Rioja Reserva pode, nos exemplos mais extremos, ser maturado 12 meses em barricas e 24 meses na garrafa ou 30 meses em barricas e 6 meses na garrafa. Os vinhos de Rioja são tradicionalmente maturados em barricas de carvalho americano, mas diversos produtores utilizam barricas de carvalho francês.
Grandes expressões da casta Viura, os brancos da Riojas fermentados e maturados em barricas de carvalho são vinhos únicos e bastante gastronômicos. Esta espera para que os vinhos Reserva possam ser vendidos representa um grande investimento para a vinícola. É por isso que os Riojas Reserva geralmente são vinhos de preços mais elevados.
Viña Pedrosa Reserva 2017 (Pérez Pascuas) Tinto, Tinto Fino - Tempranillo (100%), Espanha Com nada menos que 93 pontos de Robert Parker na safra 2017, o suntuoso Viña Pedrosa Reserva se destaca pela sua potência e concentração, revelando uma elegância e complexidade excepcionais. Para Victor de la Serna, crítico exigente do El Mundo, o Viña Pedrosa Reserva é considerado um dos maiores vinhos da Ribera del Duero, ao lado de ícones renomados como Vega Sicilia e Pingus. R$ 877.57
As regras para os vinhos Reserva da região de Ribera del Duero, que dá origem a alguns dos mais importantes vinhos da Espanha, como os cultuados Vega Sicilia, Dominio de Pingus, Viña Pedrosa e Pesquera, determinam que ao menos 75% do vinho seja elaborado com a uva Tempranillo, chamada de Tinto Fino na região e exigem o mesmo tempo de maturação que os vinhos da Rioja: 3 anos de envelhecimento, sendo ao mínimo 12 meses em barricas e 6 meses em garrafa antes de ser comercializado.
Chianti Classico Riserva 2018 (Badia a Coltibuono) Tinto, Sangiovese,Canaiolo, Itália Descrito como "maravilhoso" por Robert Parker, o Chianti Classico Riserva da Badia a Coltibuono é um dos maiores embaixadores da região, ostentando grande classe e grande capacidade de envelhecimento. De fato, ele vai ganhando em elegância e complexidade por mais de 20 anos. É um dos poucos vinhos orgânicos da região de Chianti Classico, sendo muito equilibrado. Recebeu 91 pontos de Parker na safra 2008. R$ 626.66
Se os Chianti Classicos, elaborados em uma pequena zona dentro da área de Chianti, já são especiais, os Riserva representam apenas 20% dos vinhos de Chianti Classico. Para ser um Riserva, o vinho final primeiramente precisa ter ao menos 12,5% de graduação alcoólica. Esta exigência fazia mais sentido antigamente, quando as uvas eram colhidas menos maduras. Quanto mais madura a uva for colhida, mais açúcar ela acumula.
Quando o vinho é fermentado, o açúcar se transforma em álcool. Esta é a razão de algumas denominações de origem exigirem uma graduação mínima. Os vinhos dos bons produtores geralmente têm ao menos 13% de graduação alcoólica, pois, independentemente da exigência, já colhem as uvas mais maduras. Em relação ao tempo que o vinho precisa antes de ser comercializado, os Chianti Classico Riserva precisam maturar por ao menos 24 meses, sendo no mínimo 3 meses em garrafa antes de serem colocados no mercado.
Brunello di Montalcino Riserva 2012 (Biondi Santi) Tinto, Sangiovese Grosso (100%), Itália Um dos mais emblemáticos vinhos italianos, este grandioso Riserva recebeu a cotação máxima do guia Gambero Rosso, que o classificou de "extraordinário". Trata-se de um vinho muito potente, concentrado e longevo, que não faz concessões ao estilo moderno. Pode durar décadas e costuma demandar muitos anos em garrafa para atingir seu apogeu. R$ 9403
Certamente entre os mais disputados vinhos do mundo, os Brunello di Montalcino são grandes vinhos, capazes de evoluir em garrafa por muitos anos. Os Brunello di Montalcino designados Riserva devem maturar ao menos 2 anos em barricas de carvalho, seguidos por 6 meses descansando na garrafa antes de serem comercializados. A exigência adicional em relação ao Brunello “normal” é de apenas dois meses de garrafa mas, na prática, os grandes produtores vão muito além das exigências da denominação. Biondi Santi, por exemplo, lançou seu Riserva 2012 em 2020 – oito anos depois da safra. Um belo vinho para comprar e acompanhar sua evolução ao longo dos anos.
Usando os vinhos da Rioja como exemplo, para ser um Gran Reserva, o vinho deve ficar ao menos 5 anos maturando, sendo um mínimo de 24 meses em barricas de carvalho. Com um tempo tão longo de envelhecimento, é fácil imaginar que só as melhores parcelas podem aguentar um tempo tão longo de maturação. Geralmente as vinícolas separam os melhores lotes e, em alguns casos, só as safras excepcionais, para elaborar seus Gran Reserva.
Viña Tondonia Gran Reserva Tinto 2001 (Viña Tondônia) Tinto, Tempranillo (75%), Garnacho (15%), Mazuelo (5%) e Graciano (5%), Espanha Indiscutivelmente um dos mais singulares vinhos tintos do mundo, o monumental Viña Tondonia Gran Reserva tinto é um verdadeiro objeto de culto entre os grandes conhecedores de vinhos de todo o mundo. Maturado nada menos que 10 anos em barricas de carvalho de mais de 150 anos, mostra toda a complexidade que pode atingir um vinho da Rioja. Um tinto monumental, que combina de maneira magistral complexidade e frescor. R$ 1875.58
Os Rioja Gran Reserva devem ser maturados ao menos 5 anos antes de serem colocados no mercado. Destes 5 anos, ao menos 2 anos devem ser em barricas de carvalho. No seu melhor, os Riojas Gran Reserva são vinhos complexos e sedosos – repletos de sutilezas aromáticas. Os melhores exemplos dos Rioja tradicionais, mesmo com uma cor não tão profunda, são capazes de envelhecer por muitas décadas, deixando para trás vinhos muito mais concentrados e encorpados. São vinhos clássicos, que não podem faltar em nenhuma coleção de respeito.
Viña Pedrosa Gran Reserva 2016 (Pérez Pascuas) Tinto, Tempranillo (90%) e Cabernet Sauvignon (10%), Espanha O Viña Pedrosa Gran Reserva é um verdadeiro tesouro de Perez Páscuas e um dos vinhos mais conceituados da Ribera del Duero, elaborado com uvas selecionadas de vinhedos com mais de 40 anos de idade. Este vinho é maturado por 2 anos em barricas de carvalho e, antes de chegar ao mercado, repousa por pelo menos mais 3 anos em garrafa. Um vinho "denso, rico e cheio de camadas”, para Robert Parker. Um belo tinto com grande capacidade de envelhecimento. R$ 1191.21
Na categoria Gran Reserva da Ribera del Duero estão alguns dos mais famosos vinhos da Espanha. O cultuado Vega Sicilia Unico é talvez o maior exemplo. Elaborado com pelo menos 75% da uva Tinto Fino, o nome local da casta Tempranillo. O Vega Sicilia Unico vai muito além, sendo lançado no mercado com quase 10 anos de maturação. Por outro lado, algumas vinícolas produtores de verdadeiros ícones desta região preferem abandonar a Denominação Gran Reserva para vinificarem seus vinhos com mais liberdade. É o caso do famoso Pingus, talvez o mais caro vinho da Espanha, que ostenta apenas “Ribera del Duero” em seu rótulo. Em comparação com os Riojas Gran Reserva, de maneira geral, os vinhos da Ribera del Duero são mais encorpados e potentes. Ambos são imperdíveis!
A nomenclatura “Reservado” geralmente aparece em rótulos de vinhos chilenos e não tem qualquer significado. Muitas vinícolas sul-americanas colocam o termo “Reservado” ou “Reserva” ou até “Reserva Particular” em seus rótulos mais comerciais, para que o consumidor fique com a impressão que o vinho é feito com uma seleção especial de uvas e vinificado com o tratamento de um grande vinho, mas raramente é o caso. Por outro lado, alguns produtores sérios do Chile e da Argentina oferecem vinhos excelentes, que trazem o nome Reserva ou Gran Reserva no rótulo. Aqui, mais uma vez, o mais importante para saber se um vinho é realmente bom é o nome do produtor.
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